domingo, 13 de março de 2011



A musa dá luz à chama que luze e seduz
a cada minuto que uso na música que me conduz na via,
na estrada acidentada, caminhada pela escrita,
a ponta da caneta calça as botas da magia;
corre ás voltas, em notas, como uma louca peregrina,
escorre as gotas que brotam nas costas de uma folha limpa;
por uma linha mais de trinta se fazem
rastos de tinta que trazem
o fogo que o meu caderno pinta:
é a ascendência
de uma arte em decadência
pela falta de consciência
de parte da gente que a pratica;
como uma fénix, da cinza ressuscita:
faz o ninho de uma pira, num infinito ciclo de vida;
é alquimia, uma ciência esquecida,
a lógica posta na dúvida pela razão divina
porque a alma é poesia e o espírito é profecia,
o fogo do sentimento deixa o pensamento em cinzas...

Léo Carvalho

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